quarta-feira, 13 de maio de 2009

PROJETO BAHIA













Projeto Bahia

Somos brasileiros, talvez não tão patriotas como deveríamos.
E isso se torna pior ainda quando começamos a ver a verdadeira cara do Brasil. Como assim, ver a verdadeira cara do Brasil?

Infelizmente preciso escrever aqui coisas que pensei nunca ver em nossa amada pátria brasileira, de lindos e verdes campos, onde os bosques têm mais cores.
Não que não seja patriota, muito pelo contrario: depois que viajei por vários países da América do Sul e da Europa fiquei mais brasileiro que nunca. Eu aprendi a amar a minha terra e valorizar o que temos.

Mas meus conceitos mudaram quando comecei a viajar nos “Brasis” desconhecidos dos brasileiros que têm habilitação para dirigir, CPF, RG e título de eleitor.

Quando fui pela primeira vez para a Amazônia eu até entendi que naquele tão remoto universo de matas e águas era difícil ter tudo isso. Mas quando fui para o nordeste descobri que estava em outro Brasil, um Brasil totalmente desconhecido.

Brasileiros que não sabem ler, escrever, que não conhecem energia elétrica, água potável, ou melhor, que nem água vê direito.

Um Brasil onde homens e mulheres nascem, morrem e são enterrados em qualquer lugar sem sequer nunca ter obtido uma certidão de nascimento, sem nunca terem aprendido como se escreve seu próprio nome.

É nesse Brasil que quero te levar a partir de agora, e não quero ir muito longe, não. Vou te levar a uma terra turística, onde acontece o maior e mais longo carnaval do país, Bahia.
As pessoas de lá e muitos do Brasil do lado de cá dizem que é a Bahia de todos os santos, mas quando você chega lá vê que esses santos estão apenas em Salvador, a sua bela capital, banhada de lindas praias.

Mas quando se sai da capital e começa-se a ir aos seus interiores sem praias, mas com muito sol, começa-se a perceber que os santos não estão por ali, não.

Mas embarcando-se em um pequeno avião e indo para um pouco mais longe, bem lá no sertão, como em Riacho Seco, Cambaetó e outros povoados cujos nomes são difíceis de se lembrar, o leitor vai ver como não estou exagerando.

Aí, sim, vai ver que todos aqueles santos não vão estar por ali, na realidade quem vai estar por ali são os sertanejos famintos, magros, sem esperanças, sem água, que acordam e sentam-se na porta de suas casas e dali vão dormir na expectativa de que a qualquer hora dessas vai chover e, então, vão plantar aquele milho, aquele feijãozinho e a macaxeira.

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